As mães precisam cultivar a feminilidade nas filhas

O papel das mães no desenvolvimento da feminilidade da filhas


Na literatura psicanalítica, a função paterna foi muito divulgada com a descrição do complexo de Édipo, entretanto, a função materna é pouco explorada na formação subjetiva da menina. Mostra-se, portanto, que o relacionamento paterno tem importância no desenvolvimento da sua feminilidade.

Para entender o processo da relação mãe e filha, Zalcberg resgata a importância de estruturação da identidade feminina. Normalmente, o relacionamento materno é a fonte do primeiro amor para a criança. Os desdobramentos desse relacionamento terão um forte impacto na formação final, porque as meninas esperam mais das mães.

O relacionamento com os pais pode ajudar na estruturação da filha, mas não fornece identificação feminina, que é obtida na relação com a mãe. À medida que esse relacionamento se aprofunda, permite à filha ter mais identificação com a mãe, desenvolvendo ou não sua feminilidade.

Relacionamento com a mãe
Nesse relacionamento, vivenciam-se dois momentos importantes. Primeiro, a alienação, quando a criança é totalmente dependente da mãe. Na segunda fase, a separação, o corte feito para que a criança possa experimentar outras formas de identificação além da materna.

Pode-se observar que, quando a mãe é gentil, a filha sente a força do amor materno. Mães que clamam pelo Espírito Santo passam sabedoria no relacionamento com suas filhas, não cedem a competições e rivalidades femininas. Aprendem com suas ancestrais e repassam às filhas as habilidades de se relacionar com o sexo oposto, sem perder de vista a sua identidade feminina. O inverso também é verdadeiro. Quantas dificuldades de relacionamento entre ancestrais são repassados e atualizados em relacionamentos de mãe e filha!

Feminilidade
Outro fator importante é que as mulheres têm buscado ocupar posições masculinas no mundo e adquirido posturas opostas ao que precisam ensinar para as filhas sobre feminilidade. De uma forma explícita ou ambígua, esses comportamentos têm gerado dúvidas e indefinições no processo de estruturação da identificação feminina.

Na história da Bela e a Fera, observa-se que o conto contempla uma menina órfã, ou seja, privada da figura materna; portanto, fragilizada na modelagem de sua feminilidade. Por outro lado, a simbiose entre mãe e filha não permite que ela consiga se identificar como alguém externo. Tanto a falta quanto o exagero prejudicam a filha no cultivo de sua feminilidade.

Neste mundo de excesso de atividades, que as mães possam encontrar tempo para ajudar as filhas no processo de busca da feminilidade.

 

 

Nuno Nogueira
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