A partir da sua tradição judaica, Cristo inaugura a nova Páscoa. Confira exemplos de catequeses vivas, nas dioceses de Setúbal e Leiria-Fátima, sobre o contexto judaico do tempo de Jesus

Neste Tríduo Pascal, o Canção Nova Notícias aprofunda aspetos desta Semana Maior

Primeiramente, ao percorrer as Escrituras e a Liturgia da Igreja, veremos como a partir de sua tradição judaica, Cristo inaugurou a nova Páscoa. Compreenda o sentido original da Páscoa e o da tradição cristã.

Em seguida, conheceremos ainda iniciativas que são verdadeiras Catequeses vivas. De antemão, a exposição “A última semana de Jesus Cristo e o mundo judaico”. Uma iniciativa da Comunidade «Igreja em Missão», em Setúbal. Similarmente, o Jardim Bíblico dos Capuchinhos, em Fátima.

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Cristo assumiu toda a condição humana, exceto no pecado

Frequentemente, inúmeros estudiosos, cineastas e artistas já se debruçaram sobre a vida de Jesus. Por exemplo, mais recentemente, uma grande produção norte-americana tem feito bastante sucesso: a série The Chosen, ou “Os Escolhidos”.

Primordialmente, uma produção que ilustra o cotidiano de Cristo com os seus discípulos. Estes foram os primeiros a receber o anúncio do Reino de Deus e da Paixão, Morte e Ressurreição do Messias.

Cristo, com sua encarnação, assumiu a condição humana, exceto no pecado. Além disso, entregou sua vida pela salvação dos homens. Porém, foi no seio da Sagrada Família de Nazaré que Jesus cresceu e foi educado nas tradições do seu povo.

Anualmente, subiam para Jerusalém a fim de celebrar a Páscoa. Contudo, o significado da páscoa vem bem antes do sentido das celebrações do povo hebreu, os antepassados dos judeus.

A origem da Páscoa para os judeus

Antes de tudo, os  hebreus eram povos seminômades, acreditavam no Deus Único e organizavam-se em tribos comandadas pelos patriarcas. Não só dedicavam-se à agricultura e pecuária, mas também ao artesanato e comércio.

Todavia, algo inesperado ocorreu. Uma seca no Vale do Jordão fez com que os hebreus se deslocassem até os domínios egípcios, por volta de 1800 a.C.

Posteriormente, no novo território, foram escravizados por séculos até a sua fuga, episódio que ficou conhecido como Êxodo. Neste contexto, portanto, que surge a Páscoa hebraica.

Conforme consta no livro do Êxodo, o autor sagrado apresenta as prescrições reveladas a Moisés de quando e como deveria ser celebrada a Páscoa. Conhecida pelos judeus como Pessach, palavra do hebraico que significa “Passagem”, a festa era celebrada de acordo com o calendário hebraico lunissolar. Isto é, baseado nos ciclos da Lua e do Sol.

A comemoração começaria no dia 14 do mês de Nissan ou Abib, o primeiro do ano. O nome Nissan tem origem babilónica, assim como Abib está na Torá. O seu significado é “primavera”, estação do ano em que se celebra a Páscoa.

 Estas são as prescrições apresentadas no livro do Êxodo:

  • Sacrifício de um cordeiro sadio de 1 ano, no dia 14 de Nissan.
  • O animal deveria ser assado inteiro.
  • Consumo de pão sem fermento e ervas amargas.
  • Marca dos umbrais das portas das casas com o sangue do animal. 
  • A Páscoa durava 7 dias e não se podia consumir alimentos com fermento.