Na Audiência Geral desta quarta-feira o Papa Francisco deu continuidade à série de catequeses sobre a Santa Missa, falando sobre a Eucaristia
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue verdadeiramente uma bebida”.
A passagem do Evangelho de São João (6,54-55) inspirou a reflexão do Papa Francisco sobre a Comunhão na Audiência Geral desta quarta-feira, em que deu continuidade à sua série de catequeses sobre a Santa Missa, que é toda “ordenada para a Comunhão sacramental”, não espiritual que posso fazer em casa.
“Celebramos a Eucaristia para nos nutrirmos de Cristo, que doa a si mesmo quer na Palavra como no Sacramento do altar, para conformar-nos a Ele”, disse o Santo Padre dirigindo-se aos cerca de 15 mil fiéis de diversos países presentes na Praça São Pedro, a uma temperatura de 8°C.
“O gesto de Jesus que deu aos seus discípulos o seu Corpo e o seu Sangue na última Ceia – explicou Francisco – continua ainda hoje pelo ministério do sacerdote e do diácono, ministros ordinários da distribuição aos irmãos do Pão da vida e do Cálice da salvação”.
“Depois de ter partido o Pão consagrado, que é o Corpo de Jesus, o sacerdote o mostra aos fiéis, convidando-os a participar do banquete eucarístico”, dizendo as palavras: “Felizes os convidados para a Ceia do Senhor: eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”.
Este convite inspirado em uma passagem do Apocalipse – recordou o Santo Padre – “nos chama a experimentar a íntima união com Cristo, fonte de alegria e de santidade”:
“É um convite que alegra e ao mesmo tempo impele a um exame de consciência iluminado pela fé. Se por um lado, de fato, vemos a distância que nos separa da santidade de Cristo, por outro acreditamos que o seu Sangue é “derramado pela remissão dos pecados”. Todos nós fomos perdoados no batismo e todos nós somos e seremos perdoados todas as vezes que nos aproximarmos do Sacramento da Penitência. E não esqueça, Jesus perdoa sempre, não se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir perdão”.
O Papa recordou Santo Ambrósio quando exclama: “Eu que peco sempre, devo sempre dispor de remédio!”, e nesta fé “também nós voltamos o nosso olhar ao Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo e o invocamos” com as palavras: “Ó Senhor, não sou digno que entreis em minha morada, mas dizeis uma palavra e sereis salvo. Isso dizemos em cada Missa”:
“Se somos nós a nos mover em procissão para fazer a Comunhão, na realidade é Cristo que vem em nosso encontro para assemelharmo-nos a Ele. Nutrir-se da Eucaristia, significa deixar-se transformar enquanto recebemos”.
“Como o pão e o vinho são convertidos no Corpo e Sangue do Senhor, assim aqueles que os recebem com fé são transformados em Eucaristia viva.”
Ao responder “Amém” ao sacerdote que diz “Corpo de Cristo”, se reconhece “a graça e o empenho que comporta tornar-se Corpo de Cristo. Pois quando recebo o Corpo de Cristo nos tornamos Corpo de Cristo, e isto muito bonito!”
“Enquanto nos unimos a Cristo, separando-nos de nossos egoísmos, a Comunhão nos abre e une a todos aqueles que são um só n’Ele. Eis o prodígio da Comunhão: nos tornamos aquilo que recebemos!”
O Papa reforça que a Igreja deseja que os fiéis recebam o Corpo do Senhor “com hóstias consagradas na mesma Missa” e que “o sinal do banquete eucarístico se expressa com maior plenitude se a santa Comunhão é feita sob duas espécies, ainda que a doutrina católica ensine que sob uma espécie somente se recebe o Cristo inteiro”.
O fiel se aproxima e comunga em pé com devoção ou de joelhos, como estabelecido pela Conferência Episcopal, recebendo o sacramento na boca ou, onde é permitido, na mão, como preferir.
O Santo Padre recorda que após a Comunhão, para custodiar no coração o dom recebido, “nos ajuda a oração silenciosa”, “ter um pouco mais de tempo para rezar com Jesus no coração, ou cantar um Salmo ou um hino de louvor”.
A Oração após a Comunhão conclui a Liturgia Eucarística. “Nela, em nome de todos, o sacerdote dirige-se a Deus para agradecê-lo por nos fazer seus convidados e pedir que o que foi recebido transforme a nossa vida.
“A Eucaristia nos torna fortes, para darmos flores e frutos de boas obras para vivermos como cristãos”.
Significativa – disse o Papa ao concluir – é a oração de hoje, em que pedimos ao Senhor que “a participação ao seu sacramento seja para nós remédio de salvação, nos cure do mal e nos confirme na sua amizade”.
A Comunhão “nos torna mais fortes. É tão bom e tão grande o Senhor”.
Fonte: vaticannews.va
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